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Já ouviu a frase "não economize o que sobra dos gastos; gaste o que sobra das economias"?
Essa frase quer dizer que devemos gerir bem nossos recursos desde o início para não entrar em crise, ao invés de geri-los bem apenas quando já nos encontrarmos em crise. E um das práticas para observar esse princípio é a elaboração do Orçamento.
O orçamento lhe permite pré-visualizar todos os seus ganhos e suas despesas de períodos futuros! Imagine ver seus gastos e ganhos de forma adiantada!
Neste post, mostramos-lhe como isso é possível! Continue e entenda!
Para evitar que seu dinheiro não seja suficiente para comprar os bens e serviços de que necessita e ter que contrair dívidas, uma das principais peças é o Orçamento, o qual assume relevância assinalável na Gestão das Finanças Familiares ou Pessoais.
Leia também: Como Gerir as Finanças Correctamente?
O Que é um Orçamento?
Um orçamento é um instrumento previsional (de previsão) que fixa as despesas a serem realizadas e estima as receitas a serem ganhas por determinada família ou pessoa durante determinado período de tempo.
Neste post, mostramos-lhe um Passo-a-Passo para elaboração de um orçamento para gerir as finanças familiares ou pessoais. Prossiga e entenda!
Os países elaboram seus Orçamentos do Estado a fim de manterem uma situação económica e financeira positiva, com saldos superavitários, evitando a crise. Também as famílias devem adoptar essa prática a fim de manterem suas finanças positivas e alcançarem seus objectivos de vida.
Um orçamento permite pré-visualizar seus ganhos e suas despesas em sua frente e de maneira resumida.
Note! Uma previsão por via de um orçamento não é como a previsão meteorológica ou climatérica, a qual praticamente não requer acção humana para se concretizar. O orçamento é como um projecto que você precisa gerir agindo com disciplina orçamental para que se concretize. Veja a seguir os elementos de um orçamento.
Grupos de um Orçamento
O orçamento contempla os seguintes elementos:
- Receitas: seus ganhos estimados e previstos. Dinheiro que você espera receber em determinado período;
- Despesas: seus gastos correntes e previstos;
- Poupança: percentagem das receitas não destinada a realizar despesas;
- Reserva para emergências: valor não destinado a despesas nem a poupança, mas a atender situações urgentes/extraordinárias imprevistas, tais como perda do emprego, doenças, reparações de avarias que surjam em electrodomésticos ou em veículos (saiba mais no post Reserva para Emergências).
Note que não se deve tirar das reservas para efectuar compras ordinárias necessárias não previstas. Isso é uma questão de disciplina orçamental. Explicamos como acautelar esses casos na secção "Dois (2) Passos para Elaborar um Orçamento Familiar ou Pessoal". Venha connosco!
As receitas (mais propriamente, as fontes de receitas) obedecem à seguinte classificação, de acordo com critérios específicos.
Pelo critério da volatilidade do seu valor de um mês para outro imediatamente posterior (considerando orçamentos mensais) classificam-se em:
(Fontes de) Receitas fixas: incluem recebimentos provenientes de fontes fixas, como salário (ordenando) e arrendamento de imóveis.
(Fontes de) Receitas variáveis: prestação de serviços ocasionais, vendas ocasionais de bens patrimoniais, doações recebidas, entre outros. Seu valor é bastante volátil e incerto (de um mês para outro, de um bimestre para outro...).
Assim também as despesas obedecem a uma classificação de acordo com os mesmos critérios:
Despesas fixas: são despesas essenciais/básicas, que em todos os meses constam no orçamento e, muitas vezes, com o mesmo valor ou com pouca variação no valor. Incluem, energia, plano de internet, renda de casa e seguros.
Despesas variáveis: são despesas que nem sempre constam no orçamento e seu valor pode facilmente alterar de mês a mês, trimestre a trimestre . Incluem alimentação vestuário, combustíveis, viagens, transporte, entre outros géneros. São despesas maleáveis e sua ocorrência e valor podem estar associados ao uso de determinado bem ou contratação de determinado serviço no mês anterior ao do orçamento (ex.: (1) a necessidade de comprar vestuário novo no próximo mês depende do uso da roupa que tenho no mês corrente; (2) a manutenção do veículo no próximo mês depende do uso que faço no mês corrente) - perspetiva de substituição/manutenção. A ocorrência e o valor das despesas variáveis podem ainda estar associados ao uso de outros bens numa perspectiva de complementaridade (ex.: o gasto com combustível depende de quanto você usa o veículo).
Obs.: se mudar o período de referência, uma fonte de Receita que outrora era considerada variável pode assumir a característica de fixa olhando para seu valor global no período (entenda mais aqui).
É importante lembrar que nem sempre o que se projecta é o que efectivamente se gasta, por vários motivos. Por exemplo, os preços no terreno (no mercado) podem estar acima ou abaixo do esperado. Assim, pelo critério que tomamos a liberdade de chamar de "critério de ocorrência efectiva", temos:
Receita projectada: o montante de recebimentos esperados que você inscreve no orçamento no momento de sua elaboração;
Receita actual: ao fechar o balanço no final do mês, o valor que você efectivamente recebe.
Para as Despesas, tem-se:
Despesa projectada: valor que se espera para despender na aquisição de bens e/ou serviços.
Despesa actual: é a despesa realizada. O que efectivamente se gastou quando se faz o balanço no final do mês.
Esses conceitos são importantes, pois, no decurso e no final de cada mês você deve comparar os valores projectados com os actuais ou realizados, achando a diferença e anotando o motivo para tal diferença em uma coluna destinada a esse efeito (veja abaixo na secção "No Final do Mês")
Qual deve ser a periodicidade do orçamento?
A prática tem sido elaborar um orçamento para cada mês. Esse período deve ser explicado pelo facto de as remunerações fixas serem mensais. No entanto, você pode além de orçamentos mensais, elaborar orçamentos bimensais, trimestrais, quadrimestrais, e assim por diante. Mas tenha o cuidado de não pensar que seu orçamento não pode ser alterado para se adaptar às mudanças no contexto socio-económico, religioso, político... como se você vivesse para servir seu orçamento ao invés de ele ter sido elaborado para lhe servir (entenda mais com o post Como Gerir as Finanças Correctamente?).
Feita a abordagem necessária para você aprender conceitos básicos, você só precisa de 2 (dois) passos para elaborar seu orçamento familiar ou pessoal. Veja:
Dois (2) Passos para Elaborar um Orçamento Familiar ou Pessoal
Os passos seguintes fazem uma abordagem directa e predominantemente financeira. Recomendamos a leitura do post "Como Gerir as Finanças Familiares ou Pessoais Correctamente?" para entender princípios básicos da Gestão de Finanças Pessoais.
Caneta e papel prontos? Preparado (a)? Venha conosco!
1.° Passo: Diagnóstico e Retrospectiva
Este passo é equiparável ao que em Contabilidade se costuma chamar de Inventariação e Balanço Inicial.
Faça um diagnóstico para identificar sua situação financeira actual. Você precisa, primeiro saber onde e como está, qual é seu ponto de partida para frente - Diagnóstico. Depois, você precisa saber de onde você vem, qual foi seu percurso e como chegou aqui - Retrospectiva.
Para tal, escreva e responda as seguintes perguntas:
- Você tem ou já alguma vez elaborou algum orçamento?
- Quanto você gasta para satisfazer suas necessidades mensais?
- Qual é seu rendimento mensal (somando o que recebe de fontes fixas e variáveis)?
- Quais são suas fontes de renda fixas e variáveis?
- Quão estável é seu emprego ou sua fonte de renda?
- Você tem dívidas? Se sim, aliste-as, anotando:
- O valor de cada uma de suas dívidas;
- O prazo para pagar cada uma de suas dívidas;
- Quem são seus credores (as pessoas a quem você deve);
- Possibilidade de negociar as dívidas: prazo, juros e forma de pagamento (ex.: pagar por prestações de 25 % a cada 2 meses).
7. Seu património móvel (electrodomésticos, automóveis, ....) e imóvel (edifícios e outras construções, terrenos, ...) pode pagar suas dívidas?
I. N.° (Número de Ordem)II. GrupoIII. Valor projectadoIV. Peso percentual (%)V. Valor Actual/RealizadoVI. DiferençaVII. Motivo
Receitas:
Poupança
Reserva para emergências:
Despesas
- Alimentação;
- Saúde (Consultas médicas);
- Empregados domésticos;
- Animais de estimação;
- Higiene e limpeza;
- Educação;
- Lazer;
- Vestuário;
- Transporte;
- etc.
- Elabore uma lista dos produtos e serviços que pretende adquirir;
- Guarde as facturas;
- Não vá com fome;
- Repare na data de validade do produto;
- Negocie preços (Descontos) e condições de pagamento (prazo, prestações, forma);
- Considere prazos de garantia e assistência técnica gratuita;
- Opte por lojas/vendedores que permitem devolução e troca;
- Exija o seu troco.
- Anote os itens que comprou e respectivos preços, separando por categorias (Alimentação, Saúde, Educação, Vestuário, etc.) e verifique se não excede o valor inscrito no orçamento para essa categoria. Esta prática servirá de matéria-prima (base) para a próxima fase.

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