Já ouviu a frase "gastar dinheiro que não tem, para comprar coisas de que não necessita (e/ou que não quer), para agradar outras pessoas (nalguns casos, pessoas que nem conhece)"? Essa prática, que em Economia chama-se efeito demonstração, tem sido recorrente nos dias actuais. E muitas vezes são pessoas que não precisam que lhes agrademos, não é?
Aprenda a evitar a crise com uma abordagem que você provavelmente nunca viu. Antes, tenha em mente: não estamos dizendo que seu dinheiro é sua vida, mas que não se trata apenas de seu dinheiro. Trata-se de sua vida! Venha connosco!
Imagem 1: Orçamento Mensal. Fonte: pixabay.com
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Tem sido comum as famílias aumentarem seu consumo quando seu rendimento real líquido aumenta, principalmente em regiões em que a população tem um baixo nível de literacia financeira. Tal prática tem levado famílias e, consequentemente, países a crises económicas e financeiras.
Confira a seguir, 5 passos de como adquirir o necessário para melhor desfrutar a vida, e não ficar sem dinheiro. Antes, lembre-se: não estamos dizendo que seu dinheiro é sua vida, mas que não se trata apenas de seu dinheiro. De que se trata então? Trata-se de sua vida!
Caneta e papel prontos? Preparado (a)? Venha conosco!
1. Faça um diagnóstico e uma retrospectiva de sua vida: você precisa, primeiro (1.°) saber onde e como está, qual é seu ponto de partida para frente e, depois, (2.°) de onde você vem, qual foi seu percurso e como chegou aqui. Para lhe ajudar, responda às seguintes perguntas sobre seus objectivos de vida:
- Você tem, já alguma vez estabeleceu, ou sabe quais são seus objectivos de vida? Quais são?
- O que é necessário em cada mês (uma periodicidade razoável; não obstante, você pode estabelecer outra, como semanal, bimensal...) para concretizar seus objectivos (suas necessidades, mensais)?
- O que você fez até aqui para concretizá-los e quais foram os resultados?
Em seguida, passe para a abordagem financeira:
- Quanto você gasta para satisfazer tais necessidades? Você pode se basear no histórico dos últimos 30 (trinta) dias.
- Qual é seu rendimento mensal?
- Quais são suas fontes de renda fixas e variáveis? E quanto você ganha de cada uma delas?
- Quão estáveis são suas fontes de renda ou seu emprego?
- Você tem dívidas?
- Sua situação líquida: seu património móvel (electrodomésticos, automóveis, ....), imóvel (edifícios e outras construções, terrenos, ...) e financeiro (dinheiro em cash, depósitos à ordem e a prazo , títulos, ...) podem pagar suas dívidas?
2. Planeie: com base no diagnóstico, e na retrospectiva, você tem as seguintes opções .
- Caso já tenha em algum momento estabelecido seus objectivos de vida:
a) Mantê-los, e da maneira como estão estabelecidos, sem mudar nada;b) Mantê-los, mas com algumas alterações para melhor, sem mudar a essência;c) Descartá-los e estabelecer novos objectivos.
- Caso não tenha ainda estabelecido seus objectivos de vida, estabelecer desde já.
É importante estabelecer objectivos porque você precisa saber para que você gasta. Para onde você quer levar sua vida com os gastos que você realiza? E não gastar sem orientação. E para atingir tais objectivos você elabora um Plano.
O Plano é seu projecto de vida. É seu mapa do tesouro, onde consta o destino (onde está do tesouro) e a trilha para atingi-lo. Ele deve ser consultado frequentemente para ver se você está seguindo na direcção certa. Aprofundaremo-nos sobre esta fase com a questão anteriormente apresentada: afinal, o que você está planeando? R: você está planeando sua vida!
Trata-se assim de uma fase de vital importância, que consiste em dois pontos: (a) a definição de objectivos de vida a difetentes prazos e (b) a identificação dos meios necessários para que sejam alcançados.
a) Definindo objectivos de vida: defina objectivos de vida a serem alcançados em diferentes prazos e por que os pretende alcançar. Este passo é importante porque lhe permite viver com sentido, dedicando-se ao necessário e evitando desperdício de tempo e esforço com coisas desnecessárias. Seus objectivos precisam ser realistas, por isso, você precisa olhar para os acontecimentos e as agendas (políticas, religiosas, entre outras) do nível local (do seu círculo geográfico mais próximo) ao mundial, fazendo algumas perguntas: quais são as implicações desses acontecimentos? O que eles significam? Em função disso, que objectivos valem a pena? Como esses acontecimentos afectam meus objectivos? Qual é meu papel e como posso intervir nisso? Enfim, faça as perguntas que entender serem necessárias para ter certeza de que baseia seus objectivos em alicerces inabaláveis. A recomendação é definir objectivos realistas.
Além disso, os objectivos devem estar em harmonia: os de curto prazo devem ser tais que permitam alcançar os de médio e longo prazos. Que desejo para minha vida daqui a 1 ano? E daqui a 2 anos? E em 10 anos? Que objectivo devo estabelecer para alcançar em 1, 2, 3, ... n anos para alcançar os objectivos que estabeleci para daqui a 10 anos?
Após a definição de objectivos, você precisa saber o que é necessário para alcançar tais objectivos.
b) Identificando os meios necessários para alcançar os objectivos: você precisará identificar e quantificar (em termos reais ou físicos) os meios (bens e serviços) necessários para concretizar seus objectivos, e seus respectivos custos; para adquiri-los, você precisará de recursos. Então, você deve definir as fontes de recursos fixas e variáveis existentes e possíveis. Trata-se de fixar as despesas e estimar as receitas orçamentais necessárias. Estamos falando de elaborar um orçamento familiar ou pessoal. Esta ferramenta é importante para ter um saldo financeiro positivo (poupança), evitando dívidas desnecessárias.
Após ter identificado e listado os meios necessários para alcançar seus objectivos e procedido à sua estimação monetária, você precisará adquiri-los e definir a melhor combinação para o uso de tais meios. A isso, a Ciência Económica atribui o nome de Organização, fase de que trataremos a seguir.
3. Organize: como usar seus meios, quando usar, com que pessoas contar e para quê. Que pessoas estão melhor qualificadas para lhe prestar determinada ajuda (como aconselhamento psicológico, financeiro, jurídico, imobiliário...)? Qual a melhor empresa em prestar determinado serviço ou fornecer determinado bem (qualidade de atendimento, qualificação técnica do pessoal, serviços pré e pós-venda, entregas em domicílio, garantia, pagamento a prestações, ...)?
4. Execução/Direcção: esta é a fase de fazer a máquina funcionar. É a fase da implementação do plano da maneira como você organizou. Aqui você precisa levar as pessoas a lhe ajudarem a alcançar seus objectivos e fornecer-lhes os meios necessários. Para tal, exercite suas virtudes pessoais, como a honestidade, não condenar o próximo, o espírito de entreajuda, escolher as melhores palavras e o melhor tom de voz para comunicar de maneira eficaz (transmitir a mensagem de modo que ela seja entendida pelo destinatário com o significado que você pretende transmitir) e eficiente (sem despender demasiados tempo e recursos), saber reconhecer e pedir perdão de imediato quando errar, não se achar superior aos outros.
Não basta ter seu plano de vida bem elaborado, organizar os recursos e estar a executá-lo. É necessário aferir se a execução está a decorrer de acordo com o planeado. Trata-se da nossa quinta e última fase - Controle e Avaliação.
5. Controle e Avaliação: apesar de ser apresentada em último, esta fase tem início no momento da execução, pois consiste em verificar o cumprimento do plano, ou seja, se o que está a ser executado é o que foi planeado. É uma fase de extrema importância, pois dela depende a observância da trilha que você delineou para concretizar seus objectivos de vida. É através desta importante tarefa que se identificam desvios ocorridos ou prováveis da execução em relação ao plano (nível de eficácia) e eventuais melhorias.
O controle e avaliação permite também aferir da eficiência, i. e., se os resultados estão sendo alcançados utilizando a quantidade óptima de recursos (quantidade mínima ou máxima, dependendo do que se trate).
⚠ Muito importante ☡: visto que a realidade é dinâmica, ou seja, que o contexto altera, nenhuma dessas fases é terminal, mas trata-se de um ciclo. Assim, mesmo quando já está em execução, correcções podem ser feitas ao plano, à maneira como organizamos, à forma como dirigimos as pessoas e aos mecanismos de controle. Atenção: as alterações não devem ser por mero impulso ou capricho, como entrar em uma loja e comprar um produto que lhe agrada sem estar na sua lista de compras. Como referimos, você precisa saber para que você gasta. Vícios são um factor que contribui para o fracasso financeiro. Cuide-se para que isso não lhe suceda!
Então, toda vez que for fazer uma lista de compras (semanal, mensal, pontual, ou de outra periodicidade), considere estas dicas. Você pode guardar o link deste post compartilhando em suas redes sociais e acessar sempre que precisar.
E, para finalizar, lembre-se: não estamos dizendo que seu dinheiro é sua vida, mas que não se trata apenas de seu dinheiro. De que se trata então? Responda aí nos comentários 👇 e deixe sua opinião!
Boa gestão!
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